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Nopes: Um Tributo Cinematográfico à Crítica da Polícia e à Arte do Cinema

O fascínio pelo cinema vai além das telas e se entrelaça com a crítica social e a magia da produção cinematográfica. Em uma entrevista reveladora, Guilherme Pimentel compartilha insights sobre seu curta-metragem, "Nopes", uma obra que mistura documentário com policial, mergulhando no universo da aplicação da lei.

O título "Nopes" é uma homenagem clara ao programa de TV dos anos 80, "Cops". Pimentel explora essa influência, destacando como a escolha criativa do uso do filme 16mm e a referência a diretores que preferem exclusivamente o filme contribuem para a mensagem e atmosfera do filme.

Guilherme Pimentel, co-diretor do curta, enfatiza a disputa entre o cinema digital e o filme, destacando que alguns diretores consideram as películas de filme como a verdadeira essência do cinema. Ele ressalta o aspecto único e orgânico do filme, onde a limitação de três minutos por rolo desafia a criatividade e a sinceridade da produção.

Ao discutir os personagens principais, Reginaldo e Júlia, Pimentel revela que buscou criar uma narrativa que contrapusesse as expectativas sociais em relação aos policiais. Reginaldo, com seu interesse em maquiagem e busca por atenção, e Júlia, desafiando os estereótipos femininos dentro da corporação, proporcionam uma visão humana e complexa.

O filme, atualmente participando de festivais europeus e americanos, foi produzido com um orçamento mínimo. Pimentel destaca a colaboração entre oito pessoas, cada uma contribuindo com seus recursos, enfatizando a natureza voluntária e a paixão pela expressão artística na indústria independente.

A crítica da brutalidade policial é central na narrativa, evidenciada pela cena crucial da entrevista com o suspeito. Pimentel revela a influência do filme "Serpico" na abordagem do diretor, enfatizando a construção lenta e cuidadosa da narrativa para provocar reflexões mais amplas sobre o problema.

Ao abordar a homenagem ao programa "Cops", Pimentel destaca que o objetivo do filme é apontar o dedo na ferida da polícia e questionar os estereótipos associados a essa profissão. Ele rejeita críticas pela crítica e enfatiza a importância de ouvir opiniões construtivas, principalmente de colegas da indústria.

"Nopes" não é apenas um filme, mas um convite para reflexão sobre a complexidade da aplicação da lei, os desafios enfrentados pelos policiais e a necessidade de questionar as normas sociais pré-estabelecidas. A obra de Guilherme Pimentel destaca a força da arte cinematográfica como uma ferramenta poderosa para provocar mudanças e gerar diálogo.

Artigo de Rita de Lourdes Carnevale Santos, do PODCAST CurtaTerapia